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sábado, 6 de novembro de 2010

ESPAÇO LITERÁRIO - A existência do mal

Meus amados visitantes.


O texto abaixo foi extraído do livro “O Mal e a justiça de Deus (Mundo injusto, Deus justo?) de N.T.Wright (pg.32 e 33). Ele aborda a questão do mal na existência humana e no próprio universo.


Wright é um dos mais conhecidos e respeitados estudiosos do Novo Testamento da atualidade. Bispo anglicano de Durham, na Inglaterra, foi professor das universidades de Cambridge e Oxford por vinte anos e professor visitante de universidades como Havard Divinity School, Universidade Hebraica de Jerusalém e Universidade Gregoriana em Roma, entre outras. É articulista de jornais como The Times, The Independent e The Guardian, e autor de mais de quarenta livros.


Esse é o livro que estou lendo no momento e recomendo a todos – cristãos ou não – tendo em vista a abordagem clara, mas ao mesmo tempo  intelectual sobre esse tema tão importante -que a nossa sociedade a partir do Iluminismo tenta rejeitar como um verdade na vida do homem.

Pr.Paulo Cesar Nogueira

O famoso psicoterapeuta americano M.Soxtt Peck foi agnóstico por muitos anos. Aprendeu uma psiquiatria baseada na convicção que o mal não existe. Porém, para sua surpresa, na mesma época em que se converteu ao Cristianismo, começou a reconhecer que, em certos casos, não bastava afirmar que o paciente, ou sua família, estava enfermo, confuso ou desorientado. Ele foi obrigado a defrontar-se com um poder maior, mais tenebroso, para o qual a única palavra definidora era “mal” e escreveu o livro “O Povo da Mentira” para tratar desse assunto tão impopular. Claro que, desde Aristóteles, reconhece-se a existência de uma fraqueza da vontade- akrasia, segundo a terminologia do filósofo. Todos conhecem a experiência de querer fazer algo bom e acabar fazendo algo mau. O que a psiquiatria precisa, de acordo com Peck, é confrontar-se com a possibilidade de os seres humanos serem dominados pelo mal, acreditarem em uma mentira e viverem de acordo com ela, esquecendo que é uma mentira e fazendo dela a base de sua existência. Não há como dizer se a diferença entre a fraqueza comum da vontade e ser dominado por uma mentira de forma tal que se chega a acreditar completamente nela é uma diferença de grau ou qualidade, mas suspeito que seja esta última. O que devemos entender é que , quando nos referimos ao mal é preciso reconhecer – algo que nem a modernidade e nem a pós-modernidade parecem fazer - que o mal humano existe e assume várias formas, incluindo o estado em que a pessoa está absolutamente convencida e argumenta persuasivamente não somente que está certa, mas também que está mostrando a direção a seguir.


Em seu livro, Peck, confrontando toda a sua formação liberal tradicional e seu entendimento prévio, afirma que existe uma força, ou forças do mal, que são extrapessoais e extra-humanas, que parecem dominar os indivíduos ou, em alguns casos, sociedades inteiras. Falar sobre forças demoníacas é algo tão problemático e tão desprezado pelo modernismo liberal que seria perigoso até mencionar a questão. Ainda assim, vários respeitados analistas do século passado foram obrigados a considerá-las para tentar entender ou explicar o que aconteceu. O mais notável entre eles é Thomas Mann, em sua obra-prima angustiante “Doutor Fausto”. Pouco a pouco, percebe-se que o personagem Fausto representa a própria Alemanha, que vende a alma ao diabo e se vê dominada por um poder maior do que ela mesma, um poder terrível que destruiria muitos outros, mas que, no fim, acabaria por destruir a si mesma.

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