Este é o segundo texto publicado em 2007 no início do blog: Resolvemos postar todos os antigos textos que deram inicio a esse espaço, com isso, você terá a oportunidade de analisar a evolução - ou não - deste blog e deste blogueiro. Aproveite, com certeza você encontrará neles muitas coisas interessantes.
Em nosso culto de adoração no dia 27 de Outubro de 2007, ministramos sobre a frase que dá título a este texto, utilizando o Evangelho segundo São João capítulo 8 do versículo 37 ao 44.
Nesta passagem Jesus argumenta com os Judeus sobre a filiação deles. Em resposta, eles tentam justificar sua ligação com Deus através de seus antepassados e de seus conhecimentos da lei.
Jesus condena a colocação deles, alegando que existe uma grande diferença no que eles afirmavam e a verdade vinda de Deus, ou seja, uma coisa é você ter vínculos com alguém e até mesmo conhecer coisas a respeito desta pessoa (ter antepassados ligados a Deus e ter conhecimento da palavra escrita), outra, é você ter essa pessoa (Jesus) tão entronizada em seu caráter, que o seu proceder fica sempre submisso ao juízo Dele , por mais que este juízo seja diferente daquilo que você entende que é o melhor ou o mais correto. A esta forma de agir Jesus chamou de : " ter a palavra de Deus viva dentro de Nos".
Às vezes fico impressionados como a Bíblia faz sentido em todas as passagens e como seus ensinos são contemporâneos. O tempo passou e nós hoje, não em todos os casos, agimos como os Judeus, invocamos a promessa de filiação, declaramos que somos morada do Espírito Santo, mas a Palavra de Deus apesar de conhecida ainda não ganhou vida dentro de nós.
No versículo 38 Jesus sustenta que sua Palavra e seu ensino são baseados no que Ele viveu junto ao Pai Celestial e que os Judeus vivem segundo o que eles aprenderam dos seus pais terreno e da sua formação humana.
Creio que nessa hora o Mestre estava dizendo: "entendam bem, o entendimento de vocês está baseado na falibilidade humana, mas o meu na sabedoria do Eterno".
OS judeus não se dando por vencidos invocam novamente a paternidade do pai Abraão. Ao introduzir Abraão como argumento de justificação de sua filiação a Deus, eles abrem espaço para Jesus confrontá-los com a seguinte reflexão: "Se sois filhos de Abraão, porque não se comportam como tal?"
Este questionamento de Jesus também é atual para nós que vivemos declarando com a boca cheia - devemos fazer isso mesmo, mas também nos comportar com tal - que somos filhos de Deus. Quando declaramos nossa filiação a Deus trazemos para cima de nós a responsabilidade de honrarmos essa filiação. Um filho deve honrar o seu pai com o seu proceder.
Segundo o que nos afirma Joachim Jeremias - o erudito alemão considerado a maior autoridade em novo testamento do século XX -, ter relacionamento de Pai com Deus de forma individual é algo próprio da revelação de Jesus, segundo o autor, os Israelitas nunca tiveram este entendimento, para eles Deus era Pai da nação.
Baseados nesta afirmação a nossa responsabilidade de honrar a Deus como Pai se torna ainda maior.
Mas a pergunta é como honrar ao Pai se o meu proceder não tem sido baseado na palavra viva e sim na minha forma de ver a vida ou entender o mundo?
Quem nos traz essa resposta é o Espírito através da vida do Apóstolo Paulo: "Não sou eu que vivo, mais Cristo vive em mim".
Paulo era um homem religioso, intelectual, rico, poliglota, conhecedor da cultura e das ciências da época e também alguém que já tinha experiência de vida.
Independente deste currículo - que eu duvido muito que eu ou você venhamos a ter - Paulo abriu mão de viver as pequenas decisões da vida sem subordiná-las a vontade de Deus.
Paulo não disse que Cristo vive nele porque ele tinha o Espírito, mas sim porque Paulo permitiu que esse Espírito convencesse ele de que nada sabia e que era melhor consultar aquele que aprendeu com o Pai celestial.
Não queremos dizer com isso que Paulo se tornou alguém que ficava esperando sinais a todo tempo até para respirar, mas sim que quando ele respirava, tinha certeza que foi permissão de Deus, porque todo o proceder de Paulo estava em humildade diante do seu Senhor.
Pense nisso, talvez o meu caso e o seu seja falta de humildade para admitirmos que precisamos mais de Deus.
Quanto a nossa Igreja, parece que ela se assustou um pouco com esta pregação, o que eu considero até certo ponto normal, já que o teor da mensagem significa uma mudança completa da forma de viver a vida, mas como falei a congregação:"Não estamos construindo uma Igreja para escravos, mas sim para filhos, porque estes são os únicos a ficarem em definitivo na casa do Pai".
Que esse texto possa ajudar você que nos visita a permitir que a Palavra seja realmente viva em você.
Que Jesus seja sua vida
Em Cristo
Pr. Paulo Cesar Nogueira.
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