Muitos em nossos dias, ás vezes por conveniência e outras por falta de conhecimento, são contra qualquer tipo de julgamento, alegando que assim Jesus nos orientou. Mas fato é que essa história não é bem assim. Por isso, resolvemos trazer o comentário abaixo, para que essa questão possa ser iluminada na vida dos nossos visitantes.
Pr.Paulo C. Nogueira
Extraído do livro “A cruz e o Ministério Cristão”, D.A.Carson, páginas125 e 126.
Se considerarmos mais amplamente as Escrituras, acharemos facilmente passagens que proíbem o “julga” e outras passagens que o ordenam: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida que tiverdes medido, vos medirão também” (Mt.7.1-2). Por outro lado, ele disse: “ Não julgueis segundo aparência , e sim pela reta justiça” (Jo 7.24). Essa tensão contínua é bem forte em todo o Novo Testamento. Há muitas passagens que condenam o que podemos chamar de “julgamentalismo”. Ao mesmo tempo, um capítulo após outro exorta os cristãos a serem discernidores, a distinguirem o certo do errado, a buscarem o que é melhor, a exercerem disciplina na igreja, e assim por diante – funções que exigem o uso correto do julgamento.
Atingir o equilíbrio nesta área nunca foi fácil. Talvez se tornando ainda mais difícil em nossos dias, por conta do ataque violento do pluralismo. O tipo de pluralismo ao qual me refiro ensinar que todas as opiniões são iguais, de modo que a única opinião necessariamente errada é aquela que diz que a outra opinião está errada. Aplicada à religião, nenhuma fé tem o direito de afirmar que outra fé é errada, isso é visto como intolerante, fanático, ignorante. Nessa atmosfera as passagens bíblicas que condenam o julgamentalismo são regularmente mostradas como se fossem tudo o que a Bíblia diz sobre o assunto. Em muitos círculos hoje, “não julgueis, para que não sejais julgados”, tornou-se o versículo mais conhecido de toda a Bíblia, substituindo facilmente João 3.16. Todavia, eles esquecem comumente que, em seguida, Jesus falou aos seus discípulos: “Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas” (Mt.7.6); e isso pressupõe que alguém tem de julgar quem são os porcos e os cães. Em outras palavras, o pluralismo tem enviesado e investido grande quantidade de energia em apenas um lado do que a Bíblia apresenta.
Podemos ganhar estabilidade e equilíbrio se lembrarmos o tipo de pessoas que os dois lados abordam. Proibições dirigidas contra a atitude de julgar têm em vista a justiça própria das pessoas que desejam proteger o seu território. Essas pessoas são, com freqüência, muito legalistas, têm todas as respostas certas, querem desesperadamente elevar seu grupo acima dos outros e estão em perigo constante de usurparem o lugar de Deus. Em contraste, as exortações bíblicas no sentido de sermos discernidores ou julgarmos bem, em algumas circunstâncias, são dirigidas contra aquelas, em especial à Palavra de Deus. Essas pessoas costumam acompanhar a maioria, em vez de pensarem no que está envolvido na lealdade a Deus e à sua verdade, em determinado contexto cultura. É totalmente desastroso apelar ao julgamento quando a situação exige tolerância ou proibir todo julgamento quando isso é exatamente o que é necessário. Ambos os erros causam danos sérios à igreja e refletem uma mente indisposta a avaliar seu procedimento por meio do equilíbrio e sensatez da Palavra de Deus.
QUEREMOS SABER SUA OPINIÃO SOBRE ESSE TEMA.
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