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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

ESPAÇO DIVERSOS - Meditando sobre o natal com o Pastor Ciro Sanches Zibordi

Conforme anunciamos estamos trazendo para sua reflexão, opiniões diferentes de pastores e de pessoas fora da Igreja sobre o tema Natal. Desta vez estamos postando um texto de 2009 do Pastor Ciro Zibordi. Visite o blog do pastor Ciro em :      http://cirozibordi.blogspot.com/                   

                                O cristão ea festa secular do Natal - 26 Dez 2009



Minha filha, Júlia, de quase seis anos, não acredita mais em Papai Noel. Eu lhe disse que o “bom velhinho” não existe, e ela acreditou, até com certa facilidade. Mas, até o ano passado, ela esperava os presentes do Noel à meia-noite do dia 25 de dezembro. Na minha residência, em Niteói-RJ, há uma árvore, um pinheirinho, na sala. E, a despeito de conhecermos o verdadeiro Natal de Cristo e não acreditarmos em Papai Noel, pusemos todos os nossos presentes embaixo da árvore.

Comprei presentes de Natal para minha esposa e minha filha. Minha esposa, da mesma forma, comprou presentes para mim e para a nossa princesinha. No dia 24, à noite, antes de viajarmos para São Paulo (onde estamos agora, com a família, às vésperas do Ano Novo), abrimos os presentes com alegria, comemos panetone, rabanada, frutas, etc. Antes, é claro, agradecemos a Deus pelo verdadeiro Natal de Cristo. Pergunto: Em que uma festa, mesmo secular, que reúne e alegra uma família prejudica a vida cristã e atrapalha a santificação do crente fiel, que conhece o verdadeiro sentido do Natal?
Não tenho dúvidas de que as questões relacionadas com os festejos do Natal, celebrado segundo padrões seculares, passam, obrigatoriamente, por uma leitura de Eclesiastes 7.16,17, passagem que nos ensina a não sermos nem demasiadamente justos nem demasiadamente ímpios.

O cristianismo deve ser equilibrado, como diz John Stott, acertadamente. A Palavra de Deus não exige de nós uma santificação inatingível ou impossível de ser praticada. Está implícito no aludido texto e em outros (cf. 1 Co 6.12; 10.23) que não nos é vedado o entretenimento, desde que feito com moderação.

Podemos, como servos de Deus, desfrutar de certos prazeres, como ir ao shopping com a família, participar de festas seculares (nem todas, é claro), etc., sem que nos contaminemos. A título de exemplo, é claro que não podemos comparar o Natal com o Carnaval, pois esta festa está atrelada à imoralidade e, objetivamente, ao culto aos deuses das religiões afrobrasileiras. Já o Natal, mesmo que celebrado nos moldes seculares, é uma festa de alegria, que reúne a família. Quais são os seus males para a vida e para a família cristãs?

De acordo com os princípios contidos em 1 Coríntios 6.12; 10.23,31, tudo nos é lícito, desde que não nos contaminemos com o mundo ou sejamos dominados por ele. É claro que Papai Noel e árvore de Natal estão ligados, em sua origem, ao paganismo (se bem que a árvore de hoje nada tem que ver com a usada pelos babilônios). Mas nenhum crente em Jesus Cristo põe uma árvore de Natal em sua casa em louvor a ídolos. Presume-se que um cristão tenha o mínimo de maturidade para entender que a árvore se trata apenas de um pretenso símbolo do Natal.

Não podemos confundir origem pagã com uso hodierno. Caso contrário, teremos de proibir vestido de noiva, bolo de aniversário, etc. É claro que não ignoramos o fato de haver muito de paganismo na atual festa de Natal; também estamos cientes de que as pessoas do mundo estão cada vez mais distantes da centralidade do Natal: Jesus Cristo, o Salvador do mundo, que veio para salvar todos os perdidos (Lc 19.10; Jo 3.16). Por outro lado, discriminar um irmão que tem uma árvore de Natal em casa ou proibir uma criança de admirar o chamado bom velhinho, num shopping, são atitudes extremadas.

Eu considero traumático (e os psiquiatras também), sim, para uma criança não poder participar da alegria da festa secular do Natal. E, sinceramente, um pai que não presenteia o seu filho nessa época, tendo condições para fazer isso, está agindo de modo extremado. Pergunto: Um pai que diz ao seu filho: “Não vou lhe dar presentes porque o Natal é uma festa pagã e consumista, e eu não quero agradar a Leviatã”, apesar de se considerar zeloso com a santificação, não está incorrendo no erro mencionado em Efésios 6.4, o de provocar a ira dos filhos?

Quais são as únicas pessoas que, de fato, acreditam em papai Noel? As inocentes e ingênuas crianças. E de nada adianta os pais quererem proibi-las desse encantamento natural, que, aliás, não se dá apenas em relação ao Noel. Elas ficam encantadas com todo e qualquer boneco, palhaço, etc. Isso é coisa de criança. Privá-la dessa alegria é uma maldade.

O que disse Paulo, em 1 Coríntios 13.11? “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino”. Ou seja, nenhuma pessoa, depois de atingir a fase adulta, continua acreditando em Papai Noel. Por que, então, os pais vão tirar essa alegria única da criança? Isso, psicologicamente, as prejudicará, tornando-as tristes, enquanto os seus coleguinhas vão estar se alegrando com as cores e novidades do Natal!

Vale a pena ser tão inflexível? Será que os pais, excessivamente preocupados com questiunclas, têm ensinado seus filhos em casa (Dt 6.7) e os levado à Escola Bíblica Dominical? Geralmente, crentes extremistas que verberam contra Papai Noel e árvores de Natal são os mesmos que, inconscientemente, louvam ao “deus papai Noel”, como eu mencionei na entrevista fictícia com Papai Noel.

Tudo nessa época do ano gira em torno de enfeites coloridos, com desenhos de Papai Noel, árvores de Natal, etc. Caso os pais sejam extremistas, terão de proibir as crianças também de ir a shopping center, frequentar aulas a partir de novembro, assistir a desenhos animados ou filmes infantis que mencionem Papai Noel ou árvores de Natal, etc. Seria mesmo saudável impedir os infantes de terem esse contato com o mundo da fantasia, própria desse período da vida?

Sinceramente, tenho procurado examinar tudo e reter somente o que é bom (1 Ts 5.21). E, no que tange à festa secular do Natal, não vejo nela nada que, de fato, prejudique a minha comunhão com Deus e a minha família.

Em Cristo,



Ciro Sanches Zibordi

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