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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ESPAÇO DIVERSOS - Meditando sobre o natal com o Bispo Josué da Igreja Metodista

Com a chegada do Natal, a blogosfera cristã se encheu de textos falando deste evento, no qual é - ou pelo menos deveria ser - comemorado o nascimento de Cristo.

Ao contrário do ano passado, as opiniões expressas este ano estão dentro de um consenso com pequenas variações  – pelo menos nos textos que eu tive acesso.
Mas como esse é um assunto que nunca deixa de ser interessante, resolvi postar em nosso blog opiniões de outros irmãos e até mesmo de ímpios sobre o Natal, para que nossas reflexões pessoais possam ser enriquecidas de alguma forma com a visão de outros.

Pensei também em escrever uma matéria sobre o assunto, mas preciso confessar que fiquei intimidado diante de tantos artigos tão bem elaborados.

Mas quem sabe ainda o farei ? Até lá, deixo um conselho para você que nos visita: Seja qual for o seu entendimento... do natal, pense nas Escrituras Sagradas, elas revelam Jesus.

 A maioria das pessoas não têm noção desse tesouro maravilhoso deixado para nós por Deus.

Leia as Escrituras na Noite de Natal, medite sobre elas, conheça Jesus através da sua própria revelação.
Para iniciar essa série, escolhi o texto postado pelo Bispo Josué Adam Lazier.

Em Cristo
Pr. Paulo Cesar Nogueira

O natal que eu gostaria de celebrar (visiste o site do bispo Josué no endereço:http://josue.lazier.blog.uol.com.br/


Neste período de advento e véspera de natal, pregadores e escritores são movidos a falarem ou escreverem sobre o natal. Falando de modo particular, eu gosto de falar e de escrever sobre o natal. Gosto dos símbolos de natal, gosto das músicas de natal, gosto do clima do natal. Em minha casa costumamos decorar a sala com símbolos do natal. São vários os enfeites que acumulamos ao longo dos anos.

Sei que há pessoas da igreja que não gostam dos símbolos do natal porque eles, segundo alguns, desvirtuam o verdadeiro sentido do natal. Pode ser... Mas eu prefiro trabalhar com os símbolos e destacar seus significados, indicando o caminho para um natal mais próximo do verdadeiro natal. Na verdade, qual é o verdadeiro natal? O verdadeiro natal é aquele em que Jesus nasceu, não apenas na manjedoura, mas, sobretudo, no coração das pessoas transformando-as em seres humanos mais dignos. Para mim este é o verdadeiro natal.
Assim, me permito divagar pensando no natal que eu gostaria de celebrar.

O natal que eu quero celebrar é aquele no qual a Igreja fosse a manjedoura onde o menino Jesus nasce e transforma as coisas mais símples em sinais singelos da presença de Deus. Numa igreja-manjedoura não há lugar para poderosos, para intimidadores, para dissimulados, para impiedosos, para violentos, a não ser que ao acolherem a mensagem de natal se transformem em pessoas que servem a Deus com amor, humildade e desprendimento.
O natal que eu gostaria de celebrar é aquele em que as pessoas são acolhidas independente da fé que professam, da tendência religiosa que vivenciam, da compreensão teológica que tenham, das doutrinas que professem, pois natal é estar com os outros que são diferentes de mim. Na igreja-manjedoura há lugar para os que são diminuídos na sociedade de consumo e valem menos para o mercado capitalista e, no entanto, continuam sendo filhos de Deus.

O natal que eu desejo celebrar é aquele em que o Evangelho de Cristo não é motivo de paranóia, de divisões, de esquizofrênias teológicas e doutrinárias, tampouco mercadoria nas mãos de mercadores da fé e exploradores da boa índole das pesssoas. Na igreja-manjedoura o Evangelho é algo saudável, que oferece princípios para uma vivência salutar e plena e adentra nos mais íntimos relacionamentos pessoais e familiares.

O natal que eu sonho celebrar, sabendo que é um sonho utópico, é aquele em que a paz não é apenas uma palavra, mas sim um ato que nos leva ao encontro dos outros para oferecer o que temos para que os outros vivam em paz. É o shalom hebraico que não indica ausência de problemas, dificuldades e antagonismos, mas que oferece condições para que as pessoas de boa vontade promovam uma cultura de superação das diferenças e das separações. Na igreja-manjedoura a paz é palavra de ordem, é imperativo, é princípio, é mandamento, é promessa, é Deus no meio da gente.
O natal que eu espero um dia celebrar é aquele em que possa saber que há pessoas que pensam diferente de mim, mas que não são meus adversários e não me tratam como adversário, porque ninguém tem a verdade e ninguém é insubstituível na perspectiva do Reino de Deus, para o qual Jesus nasceu com o intuito de inaugurá-lo entre homens e mulheres. Na igreja-manjedoura os adversários depositam suas armas, suas críticas, suas diferenças, para buscar um caminho de encontro, conciliação e reconciliação.

O natal que eu quero celebrar é o do contraditório, pois no contraditório está o equilíbrio e o caminho para que erremos menos e acertemos mais, como seguidores do Reino de Deus. Na igreja-manjedoura o contraditório é uma benção e não uma maldição, como alguns afirmam ser. O contraditório confronta, mas equilibra e integra. Talvez tenha sido por isso que o menino nasceu na manjedoura e não no templo ou no palácio.
Esta divagação não tem fim. Fico por aqui desejando "natal" para todos.
Bispo Josué Adam Lazier

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