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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Espaço Ciência - A psicanálise no banco dos réus.

Depois de disparar contra Deus em a "morte de Deus"- Tratado de Ateologia-, o filósofo francês Michel Onfray ataca agora Freud em Le Créspucule d'une Idole ("Crepúsculo de um Ídolo", sem tradução para o português).

Ele chama Freud de charlatão e a psicanálise froidiana de engodo, argumentando que seu criador manipolou, escondeu, inventou informações para sustentar sua pretensa ciência da psicanálise.

Quanto aos resultados positivos obtidos pelos ensinos de Freud, Michel os credita ao efeito placebo -participação ativa da mente,  ou seja, das emoções, crenças e expectativas  no tratamento de uma doença física.

O livro ainda não foi publicado no Brasil, mas na França já está dando o que falar, ao ponto  de render um abaixo-assinado pelo fim de suas audioaulas numa rádio, acusações de nazismo e insinuações sobre sua sexualidade.

A psicanalista Elisabeth Roudinesco diz que sua obra busca prejudicar 8 milhões de franceses em terapia, o que é rebatido por Michel, que alega existir na afirmação de Elisabeth uma grande mentira, já que existem na França somente 2 mil analistas. Com 20 pacientes por analista, temos 40 mil pessoas em análise.

Vamos acompanhar com atenção o desenrolar dessa história, com certeza muita coisa ainda vem por ai.

Até lá vale a pena lembrar que com efeito placebo ou não, Jesus cura, salva e libertar o pecador.

Em Cristo
Pr. Paulo Cesar Nogueira

Para você, que aspectos de Freud o caracterizariam como um "charlatão"?
Toda a vida de Freud foi uma fábula criada para sustentar que a psicanálise é uma ciência que trata e cura. Basta apontar suas inúmeras mentiras, sua vontade de destruir anotações e arquivos e de dar sumiço às suas correspondências para, assim, deixar como a única versão de sua epopeia aquilo que ele propôs em suas autobiografias Minha Vida e a Psicanálise e Contribuição à História da Psicanálise.
O que ele omitiu em suas autobiografias?

Não vemos jamais menções aos seus erros médicos, dos quais alguns levaram a mortes, como a do médico Fleischl von Marxow [amigo a quem Freud receitou cocaína para aliviar o vício de morfina]. Ele também inventou casos inexistentes e apresentou outros de cura que jamais se concretizaram. O mais evidente de todos é o de Sergei Pankejeff, o "homem dos lobos". Freud diz tê-lo curado em 1918. Mas esse homem, já octogenário, continuava com suas sessões de terapia em 1974.

Mas, se Freud era um charlatão, por que tanta gente diz ter melhorado com a terapia que ele desenvolveu?

Por puro e simples efeito placebo. [Essa cura] é como a de um curandeiro, de um bruxo, de um exorcista. Só muda a roupagem. Estudos científicos comprovam que o efeito placebo é 30% do efeito de uma substância dita alopática. Se a psicanálise obtivesse esse tipo de resultado, já seria muito.

A psicanalista Elisabeth Roudinesco diz que sua obra busca prejudicar 8 milhões de franceses em terapia.
A sra. Roudinesco mente há muito. Mesmo raspando o fundo da gaveta, existem na França somente 2 mil analistas. Com 20 pacientes por analista, temos 40 mil pessoas em análise. Para as psicoterapias, uma enquete concluiu que 41% dos pacientes ignoram a escola à qual pertencem seus psicoterapeutas, 20% seguem terapia comportamental e cognitiva, e apenas 12% a psicanálise.

A psicanálise, então, não seria uma ciência?

Seria na mesma medida em que a ufologia estuda os discos voadores. A psicanálise é uma parapsicologia, o que Freud deixa transparecer no título de seu livro Metapsicologia. Basta um pouco de reflexão sobre o significado dessa palavra inventada por ele.

E em que sentido ela se compara à religião?
Freud se apoia em transmissões imateriais de geração em geração, da mais antiga Pré-História até os dias de hoje. É assim com o complexo de Édipo, a morte do pai, o banquete canibal... Para ele, tudo isso seria inexplicavelmente inscrito e transmitido no inconsciente de cada um de nós. Para Freud, esse mundo superior do inconsciente filogenético prova a verdade de um mundo superior. Daí o porquê de ser uma religião.

Na sua opinião terapia cura?

Sim, existe a psicanálise não freudiana - tema do meu próximo livro.

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