Está é para você que ama a blogosfera e quer saber como tudo começou no Brasil.
Leia a matéria entrevista com um dos pais da Internet no Brasil. Ele estava em Campus Party e concedeu entrevista a revista em questão.
Leia como tudo começou e seu objetivos iniciais e qual - na opinião dele - será o futuro da internet.
Em Cristo
Pr. Paulo Cesar Nogueira
Revista superinteressante :Pai da internet no Brasil acha que surgirão organizações para atestar a veracidade das informações na rede
Ana Carolina Prado 20 de janeiro de 2011
Foto: Marina Piedade
O engenheiro Demi Getschko é um dos “pais” da internet no Brasil: junto com outros pesquisadores, ele fez parte do projeto que trouxe a rede para o país, em 1988. Ele esteve na CP e conversou com a SUPER sobre os primórdios e o futuro da web, as redes sociais e a existência de uma organização destinada a ajudar os usuários a separar o joio do trigo em termos de informação.
Como eram os primórdios da internet no Brasil?
No início, em 1988, usávamos a BITNET, uma rede [criada em 1981] muito popular na época que conectava pesquisadores de instituições brasileiras e do exterior para trocar informações. Havia muitas redes acadêmicas no Brasil, mas ainda não existia a internet. Só com o tempo é que ela foi começando a ganhar força. Ficamos atentos à evolução disso, até que conectamos a BITNET à internet em 1991. A partir daí a coisa evoluiu e foi se aperfeiçoando. Em 1993, ocorreu algo inesperado, que foi o surgimento da web. Ela apareceu no mundo em 1990, 1991, e chegou ao Brasil em 93.
Como a web mudou as coisas?
A internet era só uma rede de texto, usávamos para a troca de correio eletrônico e para baixar arquivos. Não tinha sites, imagens. Essas coisas têm a ver com protocolo chamado HTTP, proposto por Tim Berners-Lee, que permitia criar hipertexto, montar sítios, colocar imagens. Antes, era impensável para nós colocar fotografias na rede, porque ocuparia a banda inteira. Uma imagem equivalia a mil textos.
E como a web se popularizou no Brasil?
As empresas de mídia logo manifestaram interesse em virar provedores. Isso foi importante porque, além de ter um lugar para se conectar, as pessoas já tinham conteúdo em português. Nos anos 80, tudo era em inglês.
Qual será o futuro da web?
A tecnologia tem a característica de se fazer cada vez menos visível. Ela te dá o conforto de te colocar afastado dos problemas da própria tecnologia. Hoje você ainda precisa sentar no micro, conectar, abrir o navegador ou o aplicativo. À medida que todos os dispositivos estiverem conectados à rede (e agora, com o IPV6, haverá espaço para todos eles), as coisas funcionarão sem que você tenha que se preocupar com todas essas coisas. Você não sabe como a energia chega da Itaipu pra ligar sua geladeira, ela simplesmente está funcionando. Algo parecido deve ocorrer com a sua conexão. Na internet do futuro, eu imagino, as coisas estarão todas conectadas. Há riscos envolvidos, porque a sua vida estará cada vez mais exposta, mas as coisas funcionarão sem que você tenha que se preocupar em como funcionarão.
O senhor tem perfis em redes sociais?
Eu uso com moderação. Não uso redes que entram em detalhes sobre o que eu gosto ou deixo de gostar. Uso mais redes telegráficas, como o Twitter, porque acho que é uma boa forma de se conectar com as pessoas com quem você quer manter contato e receber informações. Redes em que você descreve o seu fim de semana não são exatamente a minha praia, mas eu entendo que são de muita gente.
E quanto à disseminação de informações falsas na internet? Deve haver algum controle para evitar isso?
Eu acho que essa é uma batalha perdida. Acredito que não deve haver nenhum controle. É lógico que existe a lei para quando alguém comete uma transgressão – e é a lei tradicional, não precisa de nenhuma específica para a internet. A internet é uma rede porosa, a informação flui de todos os lados. Então, a pessoa terá o trabalho adicional de ficar menos ansioso e não acreditar na primeira coisa que vê. Terá de ser mais criterioso. Mas acredito que no futuro aparecerão pessoas se organizando especificamente para te ajudar a não cair nesses engodos, indicando o que é sério ou não. Serão pessoas em quem você confia e que poderão ser médicos, engenheiros, psicólogos. Não haverá uma profissão específica para medir a veracidade de uma informação. Isso vai depender do assunto. Se for algo sobre um terremoto, a pessoa mais indicada seria um geólogo.
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