Estamos abertos a convites para:

CONVITES SÃO ACEITOS INDEPENDENTE DO TAMANHO DE SUA IGREJA E LOCALIDADE DELA, SEJA NO BRASIL OU NO EXTERIOR. FALE CONOSCO ATRAVÉS DO E.MAIL(pauloflecha1000@hotmail.com)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

ESPAÇO REFLEXÃO - Você sabia que a Vida fala?

Estamos sentindo falta dos comentários dos nossos visitantes aos textos e também de sua adesão ao nosso grupo de seguidores no blog, twitter e facebook. Desejamos interagir mais com o leitor. Este blog é um espaço onde você não precisa ter medo de se expressar, nós somos uma família em Cristo.

Às vezes fico   quieto para ouvir os barulhos que estão à minha volta, tentando identificar cada um deles separadamente, bem como seu lugar de origem e autores.Isso faz com que eu ouça a vida falar.

Esta prática não é uma novidade no meu caso na  forma de interagir com a vida, mais uma coisa antiga, vem da idade de dez anos, quando corria livremente pelos terrenos baldios próximos à minha rua, no Bairro Vermelho, na cidade de São Gonçalo, Rj.

Como eu me divertia naquela época correndo em cima do barro vermelho naqueles terrenos enormes, subindo morros, escalando pedras, saltando depressões causadas pelas chuvas e de uma hora para outra parando   em algum lugar a esmo, para ouvir a "vida falar" e entender o que a ela queria me ensinar naquele momento.Que sensação de liberdade maravilhosa.E tudo isso sem Facebook, blog, twitter, computador e outros que hoje nos conduzem a lugares distantes no formato virtual.Se comparado, a vida e os terrenos baldios dão de 10 x 2 no computador e nas redes sociais.

Quando eu passava pelo portão da minha casa, meus amigos na rua em frente só tinham uma pequena oportunidade de me segurar para jogar bola, caso não aproveitassem ela rapidamente, lá ia eu correndo feito um cavalo selvagem em direção aquilo que hoje definiria como meu habitat (local onde alguém se sente em seu ambiente ideal). A solidão e o silêncio daqueles terrenos nunca me assustaram, muito pelo contrário, sempre me atrairam muito, já que a voz da vida nunca permitia que meus passeios ficassem monótonos. Hoje entendo claramente que na minha preferência (deixar de jogar bola com os amigos para ficar correndo nos terrenos baldios) não havia uma busca por solidão ou isolamento, mas uma tentativa de ouvir algo que sentia muita falta, a "voz da vida" falando comigo.

Em todas as nossas conversas, ou melhor, dizendo monólogo, já que era sempre ela que falava, nunca foi possível saber quando iniciaria seu discurso. Em algumas ocasiões era quase que imediato, bastava eu parar, sentar ou agachar, que ela começava a desenrolar suas histórias, falando sempre de coisas muito atuais, fatos e acontecimentos. Com ela aprendi muito, inclusive superar a perda da minha mãe, que ocorreu quando eu tinha oito anos. Ela mostrou-me também o lado negro das pessoas, que mais tarde através do Evangelho pude entender bem como ele funciona.

Com o passar do tempo, infelizmente, os terrenos foram sendo ocupados e meu habitat foi diminuindo até que um dia o acesso a ele foi completamente fechado com a construção de uma nova casa em nossa rua. Como chorei naquele dia, era como se tivesse perdido algo muito precioso ou alguém muito importante. A partir daquele dia tive que reorganizar minha forma de refletir, já que não poderia mais contar com os segredos e os ensinos que a vida compartilhava comigo. Hoje um pouco mais maduro compreendo que não foi a construção daquela casa que interrompeu nossa relação, mas meu crescimento, que junto com ele trouxe alguns sentimentos e atitudes que fizeram a vida se calar.

Apesar disto ela mesma não me deixou sentir sua falta, já que fomentou meu ritmo de vida fazendo com que meu tempo se tornasse completamente escasso para sentir saudades da nossa intimidade. Quanto a este momento, que deu início ao nosso afastamento por alguns anos, até hoje fico em dúvida sobre quem de nós errou, eu ou ela (a vida), já que deixar de ouvir suas histórias e aprender com seus exemplos, me trouxe grande prejuízo em todas as áreas de minha vida.

Durante todo esse período de afastamento lembrei dela em muitos lugares e situações onde estive dos dez aos trinta e sete anos, mas nosso relacionamento depois que a porta do terreno foi fechada parecia mais de um descrente, do tipo que “acredita em Deus”, mas sem nenhuma fé. A teologia define esse tipo de pessoa como ateu praticante, ou seja, na prática Deus não interfere em nada na sua forma de viver a vida.

Nosso reencontro demorou para acontecer, bem como eu entender qual era o alvo da minha “amiga”, a vida. Algumas vezes  chegamos perto, mais não finalizávamos o concerto. Lembro que uma noite perdido com muito dinheiro no bolso, muita cerveja no corpo e depois de ter tentado várias  formas de distração, abri a boca e ensejei chamar por ela, mas pareceu-me algo tolo e até mesmo covarde para uma pessoa adulta.

Ao fazer trinta e sete anos, depois de vinte e sete separados, ela decidiu me reconquistar e estabelecer definitivamente seu objetivo em minha vida, razão pela qual ela iniciou aquelas conversas lá trás no meu antigo habitat. Um dia, dando carona para dois amigos do trabalho, ao buscar seus rostos no  retrovisor para conversar, já que eles sentaram no banco de trás, ela me fez uma pergunta: "O que você percebe de diferente neles em relação a você?"Fiquei completamente assustado, já que sua voz estava mais forte, talvez pelo passar do tempo. Apesar do susto meu coração se encheu de alegria, já que eu estava reencontrando alguém muito especial, que fez parte de minha infância/Adolescência.

Mais uma vez era ela tomando a iniciativa e mostrando que realmente se importava comigo, não levando em conta minha arrogância durante todo esse tempo e nem as minhas decisões erradas. Passado a enxurrada de emoções iniciais de minha parte evidentemente, já que minha amiga agora se mostrava madura e serena, ela retornou com sua pergunta, que ficou ecoando em minha cabeça durante todo trajeto. Antes dos meus amigos descerem, vendo que eu não encontrava a resposta, minha “amiga” bradou mais uma vez, me socorrendo como uma professora que não quer que seu aluno seja reprovado e praticamente entrega de bandeja a resposta que vale sua aprovação. Ela falou suavemente aos meus ouvidos: “Eles têm Cristo e você também precisa ter. Ele me faz conspirar para que todo homem o encontre”.Este dia mudou toda minha vida, inclusive meu relacionamento com a vida, já que descobri, neste episódio, que ela conspira a favor do homem para que ele encontre a Deus.

Em Cristo

Pr.Paulo Cesar Nogueira

Ministério Religare

Minreligare.blogspot.com

pauloflecha1000@hotmail.com

Facebook Paulo E Flávia Nogueira

Um comentário:

  1. Somos a maior criação de DEUS e fomos criados exclusivamente para adorá-lo! O objetivo de viver é encontrar a essência de DEUS o criador de todas as coisas! Se não, vivemos sem sentido.

    Bela narrativa! Parabéns pelo bom trabalho que faz aqui. Muito rico.

    Estarei seguindo.

    Espero sua honrosa visita no meu humilde espaço virtual, e se for de sua vontade ser também parceiro.

    http://planosdivinos.blogspot.com

    Lá questionamos os nossos planos que nem sempre são os planos de DEUS.

    Paz! DEUS Abençoe vcs.

    ResponderExcluir