Em tempos de desta festa chamada carnaval- que arrasta a maioria para um buraco intelectual, físico, moral e espiritual que eles não têm noção do tamanho-, nada melhor e mais agradável do que falar de literatura.
Estamos próximos da abertura da 37a Feira do Livro de Buenos Aires, que ocorre no mês de abril. Além da política, literatura é coisa “santa” para os "los hermanos" - povo argentino - que comemorou com grande fanfarra a confirmação da presença do mais novo ganhador do prêmio Nobel de literatura, o peruano Mario Vargas Llosa.
Depois dos primeiros momentos de êxtase da maioria da população, alguns argentinos – principalmente parte dos escritores e intelectuais ligados em sua maioria ao kirchnerismo - resolveram desenvolver uma campanha para que o Nobel seja desconvidado a participar do famoso evento literário, tendo em vista críticas que o escritor já emitiu contra a família em questão.
leia todo esse emaranhado de sentimentalismo latino- americano na íntegra na coluna abaixo da nossa amiga Joseja Aguiar, do Painel das Letras da Folha online.
Em Cristo
Pr.Paulo Cesar Nogueira
Conhecido por sua fineza –de figurino e modos-, o peruano Mario Vargas Llosa é hoje pivô de um trama que nada tem de elegante.
Há poucos dias, parte da imprensa argentina anunciava com certa fanfarra a confirmação da presença de Llosa, o mais recente Nobel de Literatura, na abertura da 37a Feira do Livro de Buenos Aires, que ocorre em abril.
Agora, parte dos escritores e intelectuais argentinos –ligados em sua maioria ao kirchnerismo-- protesta contra o convite e pede que ele seja desconvidado. Há décadas, Llosa é alvo de críticas de parcela da esquerda por sua adesão ao liberalismo. No caso específico da Argentina, repercutiram bastante críticas duras que ele fez ao governo de Cristina Kirchner.
O bafafá que se espalha desde ontem alcança rapidamente jornais, sites e redes sociais de língua espanhola.
O tema é discutido por argentinos via Twitter. E no Facebook, na última madrugada, foi criada a página “Não a Mario Vargas Llosa na Feira do Livro”. Até agora, só 11 pessoas “curtiram” a causa.
Um dos principais porta-vozes do movimento anti-Llosa no evento é Horacio González, diretor da Biblioteca Nacional argentina, que recebeu ontem um pedido da própria presidente do país para que, em nome da democracia, desista da polêmica.
Ao jornal espanhol “ABC”, a mulher de Llosa, Patricia, desmente que ele tenha respondido o que quer que seja por meio do Facebook, boato que se espalhara pouco antes (aqui, em espanhol)
No argentino “La Nacion”, escritores divergem sobre a polêmica (aqui, em espanhol).
Acima, Llosa é homenageado em Lima, em 23 de fevereiro
Foto: Paolo Aguiar/Efe
Escrito por Josélia Aguiar às 11h21
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