Estamos abertos a convites para:

CONVITES SÃO ACEITOS INDEPENDENTE DO TAMANHO DE SUA IGREJA E LOCALIDADE DELA, SEJA NO BRASIL OU NO EXTERIOR. FALE CONOSCO ATRAVÉS DO E.MAIL(pauloflecha1000@hotmail.com)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

ESPAÇO REFLEXÃO - Informação e verdade


Confia no Senhor de todo o teu coração; e não te estribes no teu próprio entendimento. Pv 3.5
Lembro-me de uma palestra de Thabiti Anyabwile, ano passado, em que ele fez uma colocação muito perspicaz, aludindo ao conceito de pluralismo:
“Há dois tipos de pluralismo: um saudável, que reconhece a existência da diversidade no mundo, produz o conceito dos direitos humanos – como a liberdade religiosa, ajuda-nos a olhar o próximo como ele é, etc. Um outro tipo é prejudicial, uma vez que é ingênuo, pois falha em distinguir a valorização de pessoas da valorização de idéias, e tende a aceitar que toda idéia é igual em seu valor. É uma forma irracional de pluralismo. As razões por que esse tipo de pluralismo encontra lugar em nossa cultura são tais como nossa aversão ao debate franco, o desejo de disfarçar as contundentes diferenças entre religiões, a abordagem pragmática à religião, etc…”
Quero destacar uma palavra: ingênuo;

e apontar um ambiente: a Academia.

 
A Academia (universidades, seminários, etc) é o lugar do contraditório, do debate, do confronto e da análise. Quando funciona de modo saudável, os resultados podem ser muito bons. Como disse Louis Pasteur "Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima." Mas nem sempre é assim…

Jovens cristãos recebem uma enxurrada de informações quando chegam à Academia, inclusive seminários evangélicos. E aí, em muitos casos, um fenômeno – ao mesmo tempo interessante e triste – acontece: em relativamente pouco tempo começam a desconfiar da Bíblia. O estranho é que não são necessárias horas e horas de pesquisa, estudo e aprofundamento. Em poucas aulas, diante apenas das palestras do professor, crentes que, durante anos, receberam o ensino de que a Bíblia é a Palavra inspirada e inerrante de Deus, mudam o seu discurso e começam a argumentar que o livro é “escrito por homens” (como se não soubessem disso antes) e que contém um grande número de imprecisões, mitos e conceitos antiquados. O mais espantoso é a velocidade com que o pêndulo da autoridade muda de lugar: o que é dito na cátedra é científico e inerrante; o que foi ensinado na família ou na igreja, é crendice!

Em outro momento tratarei das responsabilidades e falhas do púlpito e da família. Neste momento quero chamar a atenção para a aparente ingenuidade de nossos jovens. Em plena era da informação, muitos deles abandonam o principal instrumento para lidar com ela: a zelosa investigação de suas fontes e os canais pelos quais chegam até nós! Parece haver uma patética rendição diante dos títulos deste ou daquele mestre, ou ao status do caráter científico do que é dito nas salas de aula. Discussões acerca da origem, confiabilidade e aplicação das Escrituras, que já foram objeto de investigação em outras terras e tempos, são levantadas como grande novidade e poucos procuram verificar o que já foi dito sobre o assunto – vide a insistência do ensino teológico-liberal mesmo em seminários de denominações históricas. No livro Religião de Poder (Michael Horton, ed.) um exemplo clássico do que acontece com muitos jovens universitários é apresentado: psicólogos cuja formação em sua área vai da graduação ao pós-doutorado – mas cuja teologia é de escola dominical mal-feita! O mesmo acontece com pastores: às vezes com uma formação teológica deficiente, aventuram-se por outras graduações sem convicções firmes sobre Deus, o ser humano e o mundo. Estamos procurando o desastre!

Não entendam mal. Não sou contra o estudo; nem sou contra o conhecimento disponível nas diversas áreas do saber humano. Ao contrário, acho que deveríamos ter cristãos bem preparados nos vários setores da sociedade. A questão é que, como disse em outro post, creio na superioridade da cosmovisão bíblica sobre qualquer outra percepção da realidade – e o compromisso com essa cosmovisão deve ser o fundamento primordial dos discípulo de Jesus!

Já que, desde sempre, alguns filhos de Deus ficam “fascinados” pelo que não devem – só para evocar Gl 3.1 – talvez devamos lembrar alguns ensinos da velha Escritura:

– a ignorância tem sua causa direta na idolatria – Rm 1.22

– o temor a Deus é o princípio da sabedoria – Pv 1.7

– a sensatez é o caminho do discípulo de Jesus num mundo perigoso – Mt 10.16

– os filhos da luz são, às vezes, menos perspicazes que os filhos das trevas – Lc 16.8

– nós precisamos saber dar a razão da esperança que temos – I Pe 3.15

– devemos amar a Deus com todo o nosso entendimento – Lc 10.27

Não podemos confundir informação com verdade. Principalmente, não podemos aceitar o que nos é dito sem questionamento. Simplesmente não temos esse direito. Devemos dar ao Senhor a glória que Lhe é devida, proclamando com sabedoria a Verdade: a Sua Palavra! (Jo 17.17)

Nenhum comentário:

Postar um comentário