Domingo, 27Fev2011.
Este domingo – além do seu próprio cotidiano que se manifesta de formas diferentes para cada grupo social – trouxe duas sensações que movimentaram bem à sua tarde: Jogo do Flamengo pela decisão da taça Guanabara e o concurso público da empresa Petrobrás. Dois pesos pesados dividindo a preferência do público neste fim de semana.
A exceção dos flamenguistas – que estavam na totalidade indo em direção ao estádio -, tive a impressão que todos os outros torcedores resolveram “marca gol” nas salas de aulas utilizadas pela fundação Cesgranrio para realização do concurso PB 2011.
Há muito não se viam os pontos de ônibus tão cheios num domingo à tarde, e cá entre nós para que os rubro-negros não fiquem chateados: Os "concurseiros" superaram em muito a torcida do flamengo. A bandeira da esperança de um bom emprego neste domingo tremulou mais alto do que o “vermelho e preto”.
Apesar da propaganda partidária dos governos federal e estaduais, a busca por uma vaga de emprego numa empresa como a Petrobrás ainda é o sonho de muitas pessoas. Esta expectativa parece contraditória quando observamos o “mar de rosas” pintado pelas nossas autoridades quando o assunto é economia e geração de emprego. Nossa reflexão não nega a melhora ocorrida em nossa economia, mas não coaduna com a propaganda distorcida da realidade.
Mas neste artigo não queremos tomar seu tempo falando sobre esse assunto que todos nós já sabemos, mas sim sobre o “universo paralelo” que é a vida do "concurseiro".
A primeira característica em destaque deste grupo é sua visão democrática. Ninguém se importa com a idade dos participantes, gênero, religião ou origem, todos são bem-vindos, desde que tenham nas veias "sangue de concurseiro".
Outra minúcia desta "raça" - no bom sentido da palavra- é gostar de falar sobre as questões da prova. Por isso, vou deixar aqui um conselho de amigo – evidentemente se você não for concurseiro: Nunca entre numa Van cheia de concurseiros, caso contrário você sairá contaminado por esse “mistério” ou com uma grande dor de cabeça.
Por incrível que pareça, o maior prazer do concurseiro não é tomar posse na vaga conquistada, mas de participar do concurso e medir sua eficiência para saber que ele tem capacidade de vencer o desafio proposto, o que o capacita automaticamente a seguir em frente, em direção a uma missão muito maior: O próximo concurso com um grau de dificuldade maior.
A maioria deles tem uma família que entende este chamado em sua vida. Concurseiro de verdade sonha com as novas regras de ortografia, com triângulos que ainda não existem, com leis nos três âmbitos do estado, com a falha do professor do cursinho que ele corrigiu e outras coisas mais.
O bom "concuseiro" – e cabe registrar que como em qualquer grupo existem os verdadeiros e falsos – não admite em espécie alguma a cola. Ela além de denegrir o status do grupo, tira a graça de pertencer à esta elite.
Deus abençoe a todos os "concurseiros".
Em Cristo
Pr. Paulo Cesar Nogueira
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