Eu não tenho a experiência da jornalista Miriam Leitão e nem os seus recursos jornalísticos, por isso, respeito e concordo – em parte – com os argumentos utilizados por ela, para justificar o apoio de Barack Obama à candidatura da Índia, para a vaga de um assento permanente no conselho de segurança da Onu.
Leia a coluna da Miriam abaixo:
Obama fez escala estratégica na Índia. Deu entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro do país e defendeu um assento permanente para eles no Conselho de Segurança da Onu. O objetivo é ganhar a Índia como parceiro e deixar a China mais isolada.
O pano de fundo é a guerra cambial. A China deixa sua moeda desvalorizada artificialmente, mas os americanos também estão fazendo isso agora com a enxurrada de dólares que está indo para a economia.
Uma das ideias que serão discutidas no G-20, esta semana, é estabelecer limites para déficit e superávits em balanças comerciais. Seria de 4%, ou seja, quem tivesse superávit maior do que essa taxa, em relação ao PIB, teria que reduzir. A mesma coisa com o déficit.
A China tem superávit maior que 4%, e o EUA tem déficit maior que 4%. O problema todo é a Alemanha que também tem superávit acima de 4%, mas já bateu o pé e disse que não vai reduzi-lo.
É evidente que nesse novo quebra-cabeças por que passa o mundo, a importância da formação de novas alianças . Isso nos parece que já ficou claro para todos os líderes mundiais.
O problema está na escolha desses parceiros. Quem se associar com o parceiro errado, vai colher proporcional ao seu erro no cenário internacional talvez muitas vezes mais.
Ficou evidente desde a posse de Barack Obama, que o Brasil havia sido escolhido – não só no cenário latino americano, mas no contexto mundial – por ele para ser um desses parceiros. Muitas aproximações foram tentadas de forma diplomática e até mesmo política, mas a resposta do Brasil se apresentou contrária à essa aproximação ou, melhor dizendo, nova aliança.
Evidentemente todo país é livre para fazer suas escolhas diplomáticas, mas em minha opinião, o Brasil errou em levar o seu “não” para o outro lado do muro, dando fortes indicações que seus principais parceiros seriam aqueles que são nitidamente contrários, não a Obama, mas ao próprio povo americano.
Quando disse que concordo em parte com a Miriam, falo isso baseado no que temos observado do comportamento do governo americano, depois de ter sido convencido que o Brasil não quer ficar do lado dele. Em minha opinião, diga-se de passagem, de leigo, o governo americano já entendeu que o nosso governo não quer montar o tipo de parceria que eles estão buscando, sendo assim, as coisas mudarão também da parte deles para conosco em 2011.
Essa aliança com a Índia, além da situação cambial em questão, é uma linha direta para o Brasil entender que eles -os americanos- também podem( e são bons em fazer isso) jogar do outro lado do muro.
Essa aliança com a Índia, além da situação cambial em questão, é uma linha direta para o Brasil entender que eles -os americanos- também podem( e são bons em fazer isso) jogar do outro lado do muro.
Os: Oremos pelo ano de 2011, acredito que teremos muitas surpresas (não tão boas) seja na nossa política interna, como na externa.
Em Cristo
Pr. Paulo Cesar NogueiraApoio de Obama à Índia não prejudica Brasil na ONU, diz Lula
Presidente disse esperar que EUA abram conselho para outros países.
Lula está em Maputo, capital de Moçambique, em viagem diplomática.
Extraido do portal G1
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na noite de segunda-feira (8) esperar que seu colega norte-americano Barack Obama faça do apoio declarado à Índia a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU uma 'profissão de fé' para ajudar a promover a abertura do órgão.
Ao chegar em Maputo, capital de Moçambique, o presidente avaliou que a declaração de apoio de Obama às pretensões indianas de ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança não atrapalha a ambição do Brasil de também ocupar uma vaga no órgão.
"Não, não, pelo contrário", disse. "O Brasil defende a participação da Índia, a Índia faz parte do G-4, o Brasil, Índia, Alemanha e o Japão", disse o presidente, numa referência ao grupo de países que se uniu para reivindicar uma reforma da instituição que inclua sua entrada no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Eu só espero que o presidente Obama faça agora, desse compromisso dele com a Índia, uma profissão de fé e consiga, efetivamente, abrir o Conselho de Segurança para que outros países possam participar", acrescentou.
O Conselho de Segurança é composto atualmente por 15 membros, sendo 10 rotativos e cinco permanentes e com poder de veto - Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, China e Rússia.
"Todos nós temos clareza de que a ONU não pode continuar sendo representada como se nós ainda tivéssemos saído da Segunda Guerra Mundial", disse Lula. "Eu acho que é impensável que você tenha reforma na ONU e que você não tenha os continentes representados."
Além de Índia, Alemanha, Japão e de si próprio, o Brasil defende um assento permanente para um país africano como forma de ampliar a representatividade do organismo responsável por decisões como o envio de tropas a um país e aplicação de sanções aos países-membros da ONU.
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