Eu não conheço a mãe da pequena Kalena (foto ao lado) e nem sou mãe, mas me solidarizo nesse momento com essa família, tentando através deste texto escrever algumas coisas sobre esse difícil momento.
Há onze meses essa mãe entrou em um maternidade com um grande volume em sua barriga que provavelmente a impedia de dar passos ordeiros, coisa muito comum nas gestantes que estão se aproximando de sua boa hora.
Posso imaginar até mesmo que essa mãe tenha feito uma cesariana, procedimento muitas vezes doloroso no pós-cirúrgico, mas que com certeza compensou ao ver aquele rostinho bem cheinho olhando para ela.
Kalena ao chegar a sua casa deve ter encontrado uma grande festa dos familiares, se estabelecendo como uma princesa diante dos seus súditos. Sua mãe se aproveitando da realeza da filha vive também dias de rainha, sendo que ao pai, provavelmente sobrou o cargo de faz tudo dentro de casa, o que é muito normal em lares de bebê recém nascido.
Os dias começam a passar e o processo avança como é de praxe: Noites sem dormir, trocas de fraldas repetidas, algumas cólicas, visitas chegando na hora que todo mundo da casa está morrendo de sono, visitas ao pediatra.
Pela linda foto acima, podemos imaginar que depois de um mês foi necessário comprar novas roupas para ela, já que aparenta ter ganho peso rápido.
Depois das vacinas, iniciou-se a vida social externa a casa, com idas ao shopping, casa dos avôs, tios e amigos. A repetição com que a bochecha da Kalena era apertada se tornou algo impressionante, já que aquela coisinha fofa havia se tornando irresistível aos olhos das pessoas.
Seus pais descobriram muito cedo que eles tinham em mãos um bebê de personalidade forte, já que ao ficar “durinha” começava apontar para as coisas e deixar claro o que ela queria. Outra atitude que impressionava era quando ela via ou ouvia o barulho da máquina fotográfica, se colocando a disposição e colaborando voluntariamente para que a foto fizesse jus à modelo.
O tempo continuava passando e ela se torna cada vez mais um pedaço da vida da família e dos amigos. Seu quarto também cresce em brinquedos, roupas e outros utensílios, que no caso das meninas acontece numa proporção maior do que dos meninos.
Ela agora já come comidinha salgada, junto às frutas, sucos e outros líquidos e sólidos que são incorporados dentro de um critério estabelecido de alimentação. Cada uma destas etapas, além de representar um crescimento da criança, também é motivo de comemoração dos pais da Kalena, orgulhosos de sua princesinha que caminha a passos largos no seu início de vida.
Aos onze meses a Kalena já não é mais Kalena, mas uma referência dentro do grupo familiar e social que ela está inserida. Ela é assunto em todas as rodas de conversa, brincadeiras e risadas.
Mas na madrugada do dia 14 de Abril a Kalena começou a sentir o impacto do contato com pequeno mosquito, transmissor de uma enfermidade chamada Dengue. A partir daí, como diz a matéria na internet, ela foi e voltou aos hospitais algumas vezes até falecer nesta terça-feira.
E agora?
O que eu particularmente posso falar para esses pais?
Eles acabaram de perder o alicerce onde parte de suas vidas estava sendo construída, a casa deles ficou sem uma parte, como acontece nesses desastres naturais onde a casa dos moradores perde a sala e os quartos, restando apenas os outros cômodos.
Até agora no final deste texto, tento imaginar a dor desse casal e das outras pessoas próximas que estão tendo que enfrentar uma realidade como essa, dura e catastrófica. É isso mesmo, o que aconteceu foi uma catástrofe na vida destas pessoas.
Mas como pastor eu não posso me eximir e nem me omitir nesse momento, por isso, quero me dirigir a essas pessoas e dizer a eles, em especial aos pais:
1) A Kalena está muito bem agora, por mais difícil que isso possa parecer a vocês, ela está no melhor lugar da nossa existência, nos braços do nosso Deus.
2) Como alguém que perde parte de sua casa, para vocês só existe um caminho: Recomecem suas vidas, por mais difícil que isso possa parecer. Chorem, sofram, mas logo depois comecem a dar passos, tenham a certeza que o tempo e a graça do nosso Deus serão suficientes, não para esquecer a princesa de vocês, mas para vocês irem em frente.
Por final, registro que a narrativa desse texto é ficcional, já que não conheço a família e nem ninguém próximo a eles, o texto foi a forma que eu encontrei de dizer a todos que estão sofrendo nesse momento pela Kalena, eu estou junto com vocês, como muitos outros, nós nos importamos com a dor de vocês. Que Deus abençoe a todos.
Em Cristo
Pr.Paulo Cesar Nogueira
Ps:Estamos sentindo falta dos comentários dos nossos visitantes aos textos postados e também de sua adesão ao nosso grupo de seguidores.
A paz do Senhor Pastor Paulo, sou Manuella,tia da Kalena. Tenha certeza que em suas palavras nada faltou ao relatar o pouco tempo de vida da nossa pequena princesa ... Oramos a Deus que nos conforte e, principalmente, aos seus pais, Gelson e Amanda e seu irmão Gustavo, para que possamos viver sem amarguras e pesar.
ResponderExcluirA nossa pequena Kalena estara para sempre viva, em nossos corações...
Cara irmã Manuella
ResponderExcluirFico feliz que o texto tenha chegado até vocês. Apesar de não conhecer ninguém próximo e nem saber detalhes do ocorrido, ousei criar os fatos do desenvolvimento da Kalena como forma de demonstrar nosso amor a vocês.Estamos orando e continuaremos, na certeza que nosso Deus completará a obra no coração de todos. Se precisar, estamo a disposição de todos. Abraços em Cristo.
Pr.Paulo Cesar Nogueira.