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sexta-feira, 8 de abril de 2011

ESPAÇO LITERÁRIO - De quem é a culpa da literatura está enfraquecida, do início ou do fim desta história

Amados do Senhor e amigos da literatura.

Abaixo transcrevi um texto do Sergio Rodrigues do blog da veja.No artigo o Sergio aborda questões literaturária, trazendo ao nosso conhecimento o debate sobre literatura contemporânea promovido entre Beatriz Rezende e Alcir Pécora pelo blog do Instituto Moreira Salles e pela revista “serrote”, com mediação do editor Paulo Roberto Pires.

A questão é interessante já que o curso de letras é apontado pela Beatriz como um exterminador da literatura, o que em particular não concordo com ela. Mas como o propósito é debater para chegarmos a uma solução, transcrevo também minha opinião que foi postada no blog do Sergio. O que escrevi está em letra azul, diferenciando do texto do blog todoprosa quem ficou em preto.

Abraços em Cristo.
Pr.Paulo Cesar Nogueira

Bom dia ao Sergio e a todos os comentaristas. 
Creio que neste caso não existe uma verdade absoluta. Nem ela está completamente certa e nem ele, ambos fundamentam suas opiniões nos extremos, tendendo a uma crítica muito radical.

Se existe um descaso nas universidades – o que não acredito que seja em todas e com todos os acadêmicos – e um vácuo deixado por uma crítica anêmica e um público leitor ausente, eles são apenas um reflexo da PONTA DESTA HISTÓRIA e não DO INÍCIO, como alega a nossa colega no debate em questão.

Mais abaixo um comentarista fez a seguinte pergunta: “Para que literatura se hoje o que se valoriza é a TV e principalmente a internet? O público-alvo no geral tende a fazer outras escolhas, preferindo a informação fugaz das revistas, o som pasteurizado da “pop music”, o circo midiático da TV ou as trollagens das redes sociais a uma leitura de um livro tido por literário. Esse é o fato e algumas ovelhas desgarradas não mudam isso”.

Em parte concordo com ele. O público, principalmente os jovens, quer coisas sintéticas porque na maioria das vezes ainda não amadureceu sua intelectualidade. Mas isso pode mudar se a ponta desta história – que são as editoras – fizer a parte dela. Se não trouxermos o povo para a literatura, ele sozinho não virá. Para isso, é necessário uma renovação de escritores e obras, fato que hoje no nosso mercado é coisa rara.

Repito o problema da literatura não está na origem - nas faculdades-, mas na ponta – nas editoras-, que viciam o mercado com um paradigma antigo (quanto ao novo escritor) utilizado em mercados onde seus CEO,s têm pouca competência. Se houver renovação de escritores, certamente haverá renovação dos leitores, uma coisa é diretamente proporcional a outra.

06/04/2011- Sergio Rodrigues - blog todoprosa -http://veja.abril.com.br/blog/todoprosa/vida-literaria/quer-odiar-literatura-estude-letras/#comments

às 11:26 \ Vida literária

Quer odiar literatura? Estude Letras

Outra questão que eu acho muito grave é que os cursos de Letras rejeitam a Literatura e rejeitam aquele que faz literatura. Mais facilmente um autor sai de qualquer outro curso do que de um curso de Letras. O estudo de literatura é absolutamente culpado pela esterilização da literatura, pela incompetência do autor literário e inclusive pelo leitor e pelo mercado. A verdade é que é muito difícil um jovem interessado em literatura passar num vestibular para Letras e sair dali gostando de literatura. Isso é o que eu acho mais lastimável entre nós. Essa realmente é a nossa grande falência.
As palavras de Beatriz Rezende, crítica literária formada e ainda abrigada na universidade (é coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro), não trazem novidade para quem tem alguma vivência nesse campo, mas são marcantes pela contundência e pela clareza com que expressam um fenômeno esquisito que parece exclusivo das letras: não consta que cursos de teatro, cinema, arquitetura, artes visuais ou dança fomentem de forma sistemática o desprezo por seu objeto de estudo.
(É isso mesmo, aspirantes a letrados de todo o Brasil: na hora de escolher um curso universitário, talvez não seja má ideia ceder àquela pressão familiar por medicina ou direito, afinal.)
O tal desprezo, curiosamente, foi o pano de fundo do próprio debate sobre literatura contemporânea promovido entre Beatriz Rezende e Alcir Pécora pelo blog do Instituto Moreira Salles e pela revista “serrote”, com mediação do editor Paulo Roberto Pires (a conversa inteira, dividida em quatro vídeos, pode ser conferida aqui).

Pécora foi o responsável pelo momento mais midiático do debate ao dizer que a literatura se tornou o campo “das tias” – referindo-se ao clima de compadrio instaurado pela turma de escritores paulistanos conhecida como “Geração 90”, no vácuo deixado por uma crítica anêmica e um público leitor ausente. O que, como frase de efeito, é vagamente divertido, mas tem sabor de anteontem.

Se a literatura é uma arte esgotada, se nada de real interesse estético poderá jamais voltar a sair daí no Brasil e no mundo, como insiste Pécora, será preciso ir muito além das “provas” de decadência que ele cita: Paul Auster (!) e Bernhard Schlink (!!!!!). E também demonstrar o que há de especificamente literário numa perda generalizada de peso cultural que, tudo indica, leva todas as sete artes a se defrontarem com algum tipo de crise neste início de século.
A tarefa é monumental, mas não impossível, e talhada para o perfil de um intelectual acadêmico sério. Até lá, o niilismo literário difuso do estudioso de Hilda Hilst e Roberto Piva – “do que eu vejo no Brasil, acho tudo muito ruim, muito irrelevante” – soa apenas como desistência, nojinho ou má vontade. Exatamente aquilo cuja gênese sua colega de debate teve a coragem de situar na estufa da universidade.
O pior é saber que Pécora ainda é um dos poucos acadêmicos que se dispõem a conversar, pela imprensa, com o público situado fora da estufa. Pode-se imaginar o resto.

Frouxa e exasperante como debate intelectual, a conversa promovida pelo blog do IMS tem o mérito de confirmar que a literatura brasileira contemporânea é um bebê abandonado numa encruzilhada. São apenas dois os caminhos à sua frente: construir-se aos olhos do público ao mesmo tempo que constrói um discurso crítico para se autolegitimar; ou o suicídio.

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