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sexta-feira, 1 de abril de 2011

ESPAÇO LITERÁRIO - Saiba porque somos "o país do futebol" e não "o país da literatura".

Amado visitante, como sugestão, quero indicar para aqueles que gostam de literatura e de bons livros o blog “Painel das Letras” da Folha. com, de autoria da Josélia Aguiar que é jornalista especializada na cobertura de livros.

Ela também assina a coluna "Painel das Letras", publicada aos sábados no caderno Ilustrado.

Tenho tido oportunidade de trocar comentários sobre as matérias postadas em seu blog relativo ao tema em questão, o que para mim tem sido um bom exercício de reflexão literária.

Abaixo coloca a matéria divulgada no Painel no dia 31, bem como o comentário que elaborei sobre o assunto.

Painel das Letras - Jósélia Aguiar
Das dificuldades de publicar

Publicar por conta própria tem seus limites, mesmo no mundo digital (em que tudo aparentemente parece mais fácil). Tratei em dois posts de Amanda Hocking (aqui e aqui), a jovem autora americana que vendeu mais de um milhão de exemplares lançando seus livros sozinha, pela internet.
Faltava atualizar aqui: ela já conseguiu vender os direitos de publicação de sua série de quatro livros para a St. Martin’s Press, uma editora tradicional que pagou R$ 2 milhões pelo negócio –disputado por várias casas editoriais durante uma semana de leilão (aqui, em inglês, no "New York Times", sobre o negócio).
 
As coisas não são tão simples, e, depois de uma década, enfraqueceram muitos dos argumentos sobre as facilidades de publicar digitalmente: esse é o mote do “Bingo da Publicação Eletrônica”, criado por John Scalzi, um autor que também já lançou seus livros pela internet (aqui, em inglês, você chega ao post dele). A piada tem mais graça entre americanos, mas dá para compreender o raciocínio.

meu comentário ao texto:Cara Josélia. Bem, não sei se meu pedido de trazer esse assunto – a dificuldade de publicar – à tona mais vezes influenciou essa matéria, mas ela – no meu entender – reforça mais uma vez esse vácuo que existe no mercado literário brasileiro e mundial, quando o assunto é “novo escritor ou obras independentes”. Apesar de suas explicações no formato de comentários em minha postagem anterior – muito coerentes por sinal- sobre o comportamento das editoras com quem quer nascer nesse campo, ainda penso que elas estão deixando de lado algo que é inerente a própria existência delas, fazer de alguma forma inteligente, aparecer no mercado novos escritores e novos projetos. Independente da carteira de escritores conhecidos de uma editora, no meu vocabulário, pelo menos, não consigo conceber que uma empresa que edita, não seja também responsável por criar condições para uma renovação mais ampla do mercado de escritores. Abraços e obrigado por não abandonar o tema. Paulo Cesar

Queridos, meu argumento é também um desabafo ao mercado editorial. Como coloquei acima, sabemos que as editoras já têm seus escritores nacionais e internacionais para administrar e planejar lançamentos, o que entendemos bem, mas considero inaceitável que esse mercado faça apenas o mínimo possível para revelar novos escritores e obras. Até porque, parece ilógico um ecossistema que não se retro alimenta.

No futebol os novos talentos – com habilidades ou não – sempre têm algum espaço para se mostrar até mais de uma vez, mesmo que neste local ou nesta oportunidade eles venham a descobrir que a bola literalmente não é a praia deles. Além do que, esse mesmo mercado, também concede oportunidades ao disciplinados, mesmo que não tenham o talento de um Ronaldinho gaúcho.

Em resumo, nós somos o país do futebol e não da literatura porque existe uma diferença de eficiência nestes dois mercados, pelo jeito, os peladeiros estão em vantagem pela dinâmica dos operadores do mercado que estão inserido, mas....eu acredito que tudo isso possa mudar...quem sabe será através de você.

Em Cristo
Pr.Paulo Cesar Nogueira

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