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Somos pouco evangélicos.
Discutir neste texto os
vários sentidos possíveis para expressão “evangélicos” seria, no meu ponto de
vista perda tempo, algo que me recuso a fazer já que para mim tempo é um bem
não renovável, devendo assim ser utilizado por cada um de nós de forma muito apropriada.
Por isso, assumo para objeto desta matéria o conceito de que evangélicos são
pessoas que entendem o Evangelho e vivem de acordo com sua orientação. Partindo
deste pressuposto, vou desenvolver nas linhas abaixo o título deste artigo: “Somos
pouco evangélicos”. Sim somos pouco evangélicos e explicaremos ao longo da
matéria porque, mas deixo claro que não estou falando aqui em termos de censo,
já que deste, os próprios meios de comunicação (que na maioria das vezes jogam
contra os cristãos) garantem o crescimento numérico dos evangélicos.
Nosso foco está no quanto o Evangelho vive na vida de quem nasceu de
novo. O novo nascimento é uma obra de regeneração, um ponto de partida para
uma caminhada (processo de santificação operado pelo Espírito Santo) onde “figurativamente”
precisaremos trocar de roupa várias vezes, deixando, obrigatoriamente, à beira
da estrada o que não condiz com o passo que daremos a seguir.
Brilhantemente Wesley
falou assim sobre o novo nascimento:
"Não que devamos esperar por alguma explanação minuciosa, filosófica,
acerca da maneira por que isso se faz. Nosso Senhor suficientemente nos previne
contra semelhante expectativa... Podes estar tão certo do fato, como o soprar
do vento; mas o modo preciso por que isso se faz, como o Espírito opera na
alma, nem tu, nem o mais sábio dos filhos dos homens será capaz de explicar".
Apesar de concordar com a
visão wesleyana, vejo o Novo Nascimento como um compromisso (realizado pela
graça divina) interno de que a cada dia devemos trazer para nossa “nova vida”
mais do Evangelho, já que essa atitude é inerente ao fato de ser nascido de
novo. Mas independente disso, a realidade que percebemos à nossa volta é outra.
Muitos irmãos em nosso meio têm sido seletivos no que diz respeito a “troca de roupas”.
Uma boa parte é especialista em trocar os sapatos, trocando até mesmo quando
não é necessário, mas independente disso, continuam com a mesma meia durante a
caminhada, que por conta deste detalhe se torna incerta. Os argumentos para
essa contradição são os mais diversos possíveis, vai do jargão “Deus me entende”
até a utilização das obras como compensação para continuar com a “meia surrada”.
A solução para isso (não
para todos evidentemente) é fortalecer os novos e velhos convertidos com ensino
bíblico de qualidade e cristocêntrico, além de uma postura pastoral mais clara
em relação a esse comportamento seletivo. Muitas igrejas até tem escolas
bíblicas, mas como anda a qualidade destes ensinos e dos professores que ensinam? Pelo amor que tenho a EBD
(herança metodista), fui convidado certo dia para observar e opinar sobre a
escola bíblica de uma igreja por seu pastor. Durante o período (por sinal um
tempo bem razoável) das aulas visitei pelo menos três classes, sem causar
tumulto, já que minha presença não foi noticiada pelo pastor à igreja. Com todo
respeito que tenho pelo colega de ministério que fez o convite, ao final do
culto matinal fui obrigado por zelo a classificar sua EBD como rasa e
conflitante. Rasa porque apesar da boa revista, um dos professores não tinha
convicção do que estava lendo, só se safando porque a classe sabia menos que
ele. Os outros dois, que demonstravam mais conhecimentos, eram traídos a todo
momento, por visões pessoais de como viver o Evangelho, causando subjetividade
e seletividade para quem ouvia.
Mesmo onde se tem uma boa
EBD, hoje ela não se faz sozinha suficiente, a igreja precisa de outros espaços
voltados para o conhecimento do Evangelho, mesmo que para isso tenha que
reduzir eventos de outras naturezas. O pastor também precisa abandonar sua
posição de “meu papel estou cumprindo, estou falando”. Na sociedade de hoje não
existe mais espaço para essa postura, nós precisamos como homens escolhidos por
Deus de ter uma participação mais efetiva na formação espiritual de nossas
ovelhas, mesmo que para isso, tenhamos que usar em amor, o artifício do
confronto.
E mesmo assim ainda tem gente que acha
que estamos crescendo.... Só se for para os lados, já que para o alto os passos
estão muito modestos.
Pr.Paulo Cesar Nogueira
Ministério Religare
Minreligare.blogspot.com
Facebook Paulo Cesar Nogueira
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