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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O que é um servo? O bispo Josué nos responde.

Discipulando a liderança - estudo 4
A vitalidade do servo e da serva de Deus
Lucas 17:7-10

O servo não espera ser servido
O Reino de Deus não tem o costume de diplomar seus alunos, servos em constante crescimento, maturação e vivência das verdades e valores do Reino. Na verdade, esta parábola deve ser entendida em contraste com Lucas 12:35-38, que fala do senhor que serve aos escravos vigilantes. Trata-se de uma parábola exclusiva de Lucas.

O tom da parábola tem sido localizado, equivocadamente, na expressão “servos inúteis”, destacando a inutilidade do servo. Para alguns, poderia até ser um diploma dado por Deus. Vejamos a mensagem central desta parábola.

O costume da época
Há uma ênfase equivocada, pois nenhum servo vocacionado por Deus é inútil, ao contrário, Deus dá potencialidade e talentos, além de dons espirituais, para que seus servos e suas servas cumpram com sua vocação.

Qual é a ênfase desta parábola? Quando Jesus a profere, o faz nos padrões de comportamento do Oriente Médio. O relacionamento entre senhor e servo subentende a relação entre autoridade e obediência sem questionamentos. Era uma questão cultural cristalizada na sociedade de Israel. "No Oriente Médio ninguém imaginava que um servo esperaria honras especiais depois de cumprir a sua obrigação no campo”.[1]

Terá de agradecer ao servo...? – v. 9

A palavra grega nesta parábola não é comum em outros textos do Novo Testamento eucharisteo (agradecer), mas a expressão charin (graça/favor). Literalmente o texto ficaria assim: "Terá ele graça/favor do servo?”. A parábola fala do trabalho realizado e seus resultados. Depois do trabalho o servo não tem nenhum direito e nem alcançou favor algum[2], pois fez o que deveria ter feito.

A refeição vespertina a que se refere a parábola não era realizada às oito da noite, mas no meio da tarde, às três horas. A jornada de trabalho era curta e, após o jantar, ainda restavam algumas horas de trabalho, o que poderia ser feito dentro da casa, ou seja, tarefas domésticas eram praticadas depois do jantar. Era comum ao escravo, ao voltar do campo, preparar a mesa do senhor antes de cumprir outras tarefas domésticas.

O camponês da parábola não vive em folgada situação econômica. Ele pode manter apenas um servo, que faz tanto os trabalhos do campo como os da casa.[3]

Sem merecimento – v. 10

O significado da expressão inútil na parábola é alguém dispensável, a quem o senhor não deve agradecimento. A melhor tradução seria: "somos servos a quem nada se deve". Esta palavra pode significar também o “que não dá lucro”[4]. O discípulo, depois de cumprir com todo o seu dever, deve dizer: "nada me devem, cumpri com prazer o meu dever”.

Esta parábola é relevante quando abordamos a vocação no contexto de dons e ministérios, lembrando os outros momentos de Jesus com seus discípulos (João 13 a 17). Antes disso, Jesus exerceu uma atividade cultural ao lavar os pés dos discípulos e demonstrar o caminho do serviço.

Este enfoque é relevante hoje, pois o exercício da vocação tem sido usado para promover status e interesses pessoais, familiares e de grupos, mediante a reinvidicação de direitos. Vocação significa estar a serviço daquele que vocacionou. O vocacionado é um servo que, ao cumprir suas responsabilidades, não possui direito algum. Ele vive na perspectiva da gratuidade do Reino de Deus. Este sentimento e convicção na vida do discípulo de Jesus é resultado da vitalidade do Evangelho.

O que devíamos fazer... – v. 10

A vocação tem sido também veiculada como meio de poder e status, o que contraria o caminho da cruz que Jesus seguiu. Há quatro aspectos a serem destacados na vida do servo e da serva de Deus que cumprem a sua vocação:

Espírito de serviço – Somos chamados a servir aos outros no cumprimento da nossa vocação, e não para nos servir dela.

Disciplina – O servo é alguém que venceu a si mesmo e depositou seus sonhos e projetos pessoais na cruz de Cristo.

Obediência – Como servos, estamos sob autoridade e seguimos normas e orientações. No entanto, autoridade deve ser exercida como expressão de serviço e não de dominação, autoritarismo, ameaças e intimidações.

Espírito de gratuidade[5] – Se houver disputa pelo poder entre nós, será o fim do ministério e missão, pois como servos, somos chamados a servir com alegria e esperança e nos libertar da ambição pelas recompensas e posições.

O servo e a serva do Senhor são pessoas que vivem sob o impacto do poder do Evangelho de Jesus e são por Ele transformados para a vivência do serviço e a convivência na perspectiva da graça de Deus.

Bispo Josué Adam Lazier
http://josue.lazier.blog.uol.com.br
Extraido
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[1] BAILEY, K. As parábolas no evangelho de Lucas. São Paulo, Vida, p. 298.

[2] BAILEY, p. 300.

[3] JEREMIAS, Joaquim. As parábolas de Jesus. São Paulo, Paulinas, p. 193.

[4] MORRIS, Leon L. Lucas – Introdução e Comentário. São Paulo, Mundo Cristão, 1986, p. 241.

[5] WENZEL, João Inácio. O caminho do seguimento no evangelho de Lucas. CEBI, 1998, p. 64




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[1] BAILEY, K. As parábolas no evangelho de Lucas. São Paulo, Vida, p. 298.

[2] BAILEY, p. 300.

[3] JEREMIAS, Joaquim. As parábolas de Jesus. São Paulo, Paulinas, p. 193.

[4] MORRIS, Leon L. Lucas – Introdução e Comentário. São Paulo, Mundo Cristão, 1986, p. 241.

[5] WENZEL, João Inácio. O caminho do seguimento no evangelho de Lucas. CEBI, 1998, p. 64

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