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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Pastores, suas vidas e seus ministérios - O entrevistado desta semana é o Bispo Metodista Josué Adam Lazier

Escolhemos para a nossa segunda entrevista o Bispo Josué Adam Lazier. Pessoalmente nunca tive a oportunidade de está com ele, nem mesmo durante os oito anos que servi ao Senhor na Igreja Metodista na cidade de Niterói, mas nesses últimos dois anos, suas cartas pastorais (ele chama de texto) divulgadas em seu blog (http://josue.lazier.blog.uol.com.br/) têm se tornado um verdadeiro guia para minha atuação pastoral.

Além de sua experiência eclesiástica e didádica na comunicação, características notórias do seus escritos, o Bispo nos parece um servo do Senhor humilde, ao ponto de disponibilizar tempo para participar do projeto da nossa nova coluna. Queremos agradecer mais uma vez ao Bispo Josué e registrar junto aos nossos visitantes que muito temos a aprender com a experiência do entrevistado, mesmo que alguns venham a não concordar com alguns dos seus pontos de vista.

"Independente de termos respeito e até admiração por muitos dos entrevistados que aparecerão nesta coluna, suas respostas, como a do Bispo Josué, não são obrigatoriamente a opinião do autor do blog, mas a ideia desta coluna é exatamente esta": "ouvir, refletir, debater e chegar à um núcleo que nos seja comum dentro do Evangelho" .

Perguntas:
Qual é o se nome completo e sua idade ( no caso das pastoras a idade é dispensável)?
Josue Adam Lazier – 52 anos

É casado(a)? Com quem? Tem filhos? Quantos?
Casado há 28 anos com a Joceli e tenho dois filhos, Tiago, 26 anos e Lucas, 23 anos.

Onde reside (cidade)?
Piracicaba - SP

Há quanto tempo pastoreia?
30 anos

Além de pastorear exerce outra atividade como profissão secular?
Até o ano passado não. Desde janeiro deste ano exerço uma pró-reitoria em Universidade da Igreja Metodista.

Em que igreja (ou denominação) se encontra no momento?
Sempre fui da Igreja Metodista.

Como definiria o exercício pastoral?
Para definir diria que o ministério pastoral é carisma dado pela igreja, é caráter e caridade (amor). Sem carisma não há qualidade no ministério que se exerce, sem caráter não há autoridade nas ações pastorais e ministeriais e sem caridade não dá para chegar ao coração das pessoas que pastoreamos. O exercício pastoral é amor, serviço, doação e convivência.

O que pensa do momento que vive a Igreja (protestante/evangélica) Brasileira de uma forma geral?
Estamos vivendo num período onde se instalou, dentro do mundo evangélico, um movimento buscando sucesso nos moldes do capitalismo e do modernismo. Para este movimento o que vale é a eficiência na pregação, nos cultos, etc. Se os objetivos são bons ou não é relegado à segundo plano. Pregadores se tornam “executivos religiosos” buscando sucesso em tudo o que fazem. Há a venda de produtos dos mais variados tipos e para todos os gostos. Há reuniões das mais variadas formas e com todo um aparato de tecnologia e marketing para atrair um público cada vez maior. Estas comunidades de fé (se é que merecem tal nomenclatura) vão se instalando em diversos pontos da cidade, sobretudo das grandes metrópoles. Constroem grandes prédios. Sustentam programas de televisão e rádio. Neste movimento o pastor deixa de pastorear. Raramente conhece suas ovelhas. Não visita. Não acompanha doentes ou idosos, salvo se estiverem dentro do templo. Tornou-se um profissional especialista em pregar, curar, vender produtos, arrecadar ofertas, fazer publicidade da sua igreja, etc. Busca e alcança status e riqueza. Anda bem vestido, com carrões, acompanhado de segurança, etc. Sem contar aqueles e aquelas que agem como “mercenários”. Além dos produtos vendem-se curas, libertações, empregos, carros, etc. Há missiológos, evangelistas e pregadores que ensinam que vale tudo para colocar gente dentro dos templos e assim “fazer a igreja crescer”.

Como você encara, na sua visão teologia, o movimento neopentecostal que atualmente é tão combatido pelas igrejas históricas, reformadas e pela pentecostal histórica?
Vejo como um movimento que minimiza a convivência cristã a partir dos valores do Reino de Deus e impõe uma cultura consumista e práticas travestidas de cristãs que não encontram fundamentação bíblica e teológica.

Você defende o movimento dos apóstolos do século XXI, como o do René Terra Nova?
Não e lamento que este movimento esteja se tornando modelo para igrejas que historicamente têm eclesiologias bem fundamentadas.

As igrejas de grande porte (para mensurar digamos acima de 1000 pessoas) conseguem atender as necessidades do rebanho ou elas acabam se tornando o paraíso dos crentes que não querem ser incomodados no seu caráter?
Se houver um ministério pastoral compartilhado com a liderança da igreja é possível que o pastoreio nas igrejas grandes seja uma ação efetiva e agregadora de valor. Já vivenciei esta situação e posso atestar que é possível, embora apresente muito trabalho e comprometimento para a pessoa que exerce o pastorado e a liderança.

Baseado não sua experiência, você acredita que um pastor consegue conciliar um atendimento eficaz ao rebanho e a igreja de uma forma geral, com uma vida profissional secular com carga horária de 8hr/ dia?
Não. É muito difícil pastorear sem que a convivência seja uma constante. No entanto, o ministério de pastores que se dedicam voluntariamente a servir a Deus deva ser valorizado, pois há lugar para esta prática pastoral. O que eu crítico é quando o ministério pastoral se transforma num “bico”, ou seja, numa atividade inconsequente e sem comprometimentos.

A gestão (não domínio) pastoral da vida do rebanho está sendo abandonada pela maioria dos pastores? Caso afirmativo, isso pode gerar uma mutação deste dom?
Considero que o ministério pastoral está deixando de ser referência de vida cristã marcada pelos valores do Reino de Deus e se transformando em “gerência” dos interesses da denominação. Neste sentido, já refleti sobre esta temática a partir de duas metáforas: a do aprisco e a do curral, fazendo uma comparação. Para encurtar a conversa, acredito que o modelo do curral está se tornando uma prática comum entre as diferentes denominações.

Em que área do cotidiano você acredita que a Igreja está ganhando? E onde está perdendo?
Seria uma resposta muito longa...

 No universo da sociedade brasileira, o que você considera como sendo o maior risco para se ter uma vida coerente com o Evangelho?
Uma sociedade corrupta, violenta contra mulheres e crianças, descuido para os com menos favorecidos e falta de uma educação que forme cidadãos conscientes e críticos. A Igreja não pode ser neutra e nem atuar para legitimar o modus vivendi, pois isto contribuirá para a minimização dos valores do Evangelho.

Qual a pergunta que você faria a quem for entrevistado(a) nessa coluna e qual seria a sua resposta para ela?
Se a pessoa foi capaz de amar algum membro da igreja que só lhe causava problemas, críticas e repugnância. Se foi, como eu tive que aprender com muita perseverança no altar de Deus, com certeza está sendo um canal de benção nas mãos de Deus.

Entre cristãos e não cristãos temos uma média de 100 visitantes/dia neste blog. O que ao final desta entrevista você diria para eles?
Sejam caridosos uns com os outros, pois a caridade é o primeiro passo para o amor, que é maior dom e o maior sinal da presença de Deus em nossas vidas.

Através do sistema de comentários  do blog, nossos visitantes podem emitir opiniões, discordar, concordar e opinar sobre a entrevista e as respostas dos nossos entrevistados. Pedimos apenas que em tudo haja amor na forma de se expressar e bom senso na forma de criticar. Por favor registre sua opinião, ela é muito importante para nossa reflexão, o cristão precisa  deste tipo de exercício.


Em Cristo
Pr.Paulo Cesar Nogueira
Ministério Religare
Minreligare.blogspot.com
Facebook Paulo E Flávia Nogueira

7 comentários:

  1. Muito equilibrado o depoimento do Bp Josué, porém muito consistente. Suas respostas são claras e devem ser levadas em conta por todos os líderes para que possa haver mudanças e muita reflexão.
    Pr Fernando Marin

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  2. Concordo com o Pastor Fernando Marin, muito temos a aprender com esta entrevista, é hora de repensar como temos, como pastores, conduzido a igreja de Cristo e a espiritualidade das pessoas.

    Pr.Paulo cesar nogueira

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  3. muito bom o texto, bem formulado, seguindo.. segue tbm ? chamadoxxi.blospot.com

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  4. As colocações do Bispo Josué, são muito importantes para esse novo tempo, em que o Evangelho do Senhor Jesus tem sido corrompido por homens que se intitulam serem de Deus, e que na verdade esqueceram de ler o que o Senhor Jesus nos alerta em MC 13.
    Passei alguns anos na Igreja Metodista e hoje vivo uma nova experiência ministerial, em que nesses anos aprendi e continuo aprendendo que as "igrejas" estão muito preocupadas em "angariar crentes", ao invés de formar discípulos comprometidos com o Reino de Deus.

    Pr. Jadir Santos

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  5. Pr.Jadir Santos

    É com alegria que temos notícias suas. Quanto ao seu comentário, registro que nosso objetivo com essa nova coluna é fazer os irmãos e seus respectivos pastores, refletirem, baseado na visão de alguns pastores, que tipo espiritualidade está se vivendo hoje em nosso meio. E quanto isso tem realmente haver com o Evangelho de Cristo.

    Espero ter encontrar nesse espaço outras vezes, ainda temos outras entrevistas para serem publicadas.

    Pr.Paulo Cesar Nogueira

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  6. Agradeço aos comentários feitos à entrevista postada neste blog. Desejo que Deus continue abençoando o Pastor Paulo, sua família e ministério. Bispo Josué

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  7. Caros Irmãos,

    Li este artigo por indicação de um amigo, me indago onde estão os Pastores com tamanha sabedoria e autoridade para esclarecer e informar a verdade ao povo?
    Continuem com esta iniciativa.
    Ivo Alves.

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